Quando se mudou de Arcoverde, em Pernambuco, com destino a São Paulo, Irivete Clara da Silva já sonhava em um dia ser dona de seu próprio negócio. Demorou um pouco para que esse desejo se concretizasse. Aos 36 anos, Irivete conseguiu realizar aquele sonho, graças ao seu próprio empenho e aos cursos e oficinas oferecidos pela Rede Cultural Beija-Flor.
O primeiro contato com a RCBF foi há cerca de dois anos, ainda durante o período da pandemia de Covid-19. “O primeiro curso que eu fiz foi de unhas artísticas”, conta a empreendedora, “depois fiz tortas e bolos, mas não me identifiquei muito, porque minha área é da beleza”.
Após a experiência com gastronomia, Irivete voltou à área de estética e beleza e fez os cursos de extensão de cílios e design de sobrancelhas, além da reciclagem em cabeleireiro. “Sempre tive interesse na área de beleza. Mas nunca tinha tido a oportunidade de fazer tantos cursos quanto a RCBF está nos oferecendo em parceria com o SEBRAE e SENAC. Então resolvi ir atrás e fazer todas as formações”.
Além do conhecimento técnico para poder exercer as atividades, Irivete destaca que as aulas, o convívio com as colegas e o apoio da Beija-Flor também lhe ajudaram a desenvolver a autoestima necessária para atender as pessoas. “Já atendia alguns clientes, mas não era aberto ao público porque eu tinha muita insegurança em pôr tudo em prática. Só recentemente decidi me dedicar à minha profissão e foi onde a Beija-Flor me ajudou bastante”.
Os planos têm dado certo. Há dois meses Irivete abriu seu próprio salão na garagem de sua casa, no Bairro Eldorado, em Diadema, onde mora há 10 anos. Além disso, a equipe já conta com outras duas pessoas, sendo uma delas da própria família. “Convidei minha cunhada para trabalhar comigo. Do mesmo jeito que a Beija-Flor me deu oportunidade, estou dando oportunidade para ela”.
A cunhada, Maiara Gonçalves Batista da Silva, 21 anos, atualmente também realiza cursos na Rede Cultural Beija-Flor. “Nunca havia trabalho na área de beleza, mas gostava bastante. Não era meu plano trabalhar em salão, mas como eu estava desempregada, ela me indicou os cursos na Beija-Flor. Primeiro eu fiz o de esmaltação em gel, depois auxiliar de cabeleireiro”, conta a familiar e parceira de tesouras.
Outro aprendizado importante para Irivete foi sobre a gestão administrativa e financeira do negócio. “Gastava demais. Tudo que eu pegava, gastava. Hoje tenho a visão do empreendedorismo”.
Irivete, casada e mãe de duas meninas, trabalhou por treze anos como operadora de caixa em açougues e mercados, até vencer o medo comum de muitas pessoas que começam a empreender. “Nunca imaginei trabalhar só no salão, porque eu me sentia incapaz, achava que não ia conseguir ter renda”. Esse medo deu lugar à esperança e novos sonhos. “Tenho planos de ampliar o negócio em breve”, comenta animada.