Localizada em Diadema, região do ABC paulista, a ONG Rede Cultural Beija-Flor (RCBF), deu início em fevereiro a um projeto de atendimento psicológico gratuito para moradores de comunidades que são afetados pelo isolamento social.

Atualmente a RCBF disponibiliza atendimento em grupo, individual e familiar para mais de 491 famílias que vivem em vulnerabilidade e risco social. O projeto de psicoterapia é liderado por Taiana Moreira que atua como assistente social e por Gilsineia Araujo, psicóloga à frente do projeto.

A ideia da ação surgiu como resposta aos efeitos da pandemia na saúde mental da população. De acordo com o Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, os casos de depressão e ansiedade, principalmente entre trabalhadores, aumentaram em 80%. A falta de suporte emocional já existia antes para a população, porém o problema foi agravado pela covid-19.

Jucinéia alerta sobre o risco que os brasileiros correm, especialmente grupos em vulnerabilidade social.

“O Brasil está à frente já há um tempo entre as populações do mundo como um país extremamente ansioso e depressivo. Consumindo muita medicação e com muitos diagnósticos destes transtornos. Na população em vulnerabilidade social não é diferente, porém, temos agravantes.” É o que também diz uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP) em onze países. De acordo como estudo, o Brasil lidera os casos de depressão e ansiedade durante a pandemia, à frente de Irlanda e Estados Unidos.

Dados do projeto também revelam a grande quantidade de mulheres que atuam como chefe de suas famílias. Atualmente, 7 em cada 10 famílias inscritas no atendimento oferecido pela RCBF são representadas por mães solo.

Mães solo são as mulheres que são inteiramente responsáveis pela criança. Segundos dados do IBGE, são representadas por mais de 11 milhões de mulheres. Elas, que antes da pandemia já viviam uma rotina constituída por tripla jornada para conseguir criar os filhos, cuidar da casa e trabalhar, estão com todos os seus problemas intensificados devido à crise sanitária que assola o Brasil.

Dados do IBGE também mostram que as chefes de famílias negras são maioria (61%) e que precisam conciliar trabalho, filhos, saúde mental e alimento.

Pensando no último item, a RCBF também realizou a distribuição de cestas básicas para parte da população. A previsão é que mais de 700 kits sejam entregues para as famílias que, além de sofrerem com a piora da saúde mental, também se encontram em situação de vulnerabilidade social.

“A gente disponibilizou esse serviço de atendimento psicológico, junto com o assistencial para tentar minimizar esse impacto que a pandemia trouxe. Entretanto, a questão envolvendo a vulnerabilidade que essa família vive atualmente, não é de hoje e causada só pela pandemia, eu reafirmo que ela foi agravada”, diz a assistente social. Taiana ainda explica que, além do atendimento psicológico individual, a RCBF promove rodas de conversa para estimular a criação de vínculos e acolhimento, pois um dos objetivos mais importantes no projeto é fazer com que a pessoa se sinta acolhida. Cada roda de conversa levanta uma temática diferente, no último encontro, o assunto tratado foi “Saúde Mental na Pandemia”.

Nesse momento, a ONG procura maneiras de se organizar em meio à atual fase vermelha para continuar ofertando auxílios de maneira segura para a população.

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